Existem algumas condições de saúde que os médicos tradicionalmente já associam a tratamentos com medicamentos a base de cannabis. Epilepsia, dores crônicas, diminuição dos efeitos colaterais de quimioterapia, esclerose múltipla e vários outros são patologias que a ciência já vem tratando há algum tempo com cannabis mostrando não mais apenas resultados promissores, mas resultados que já estão mudando a vida desses pacientes.

No entanto, há diversas outras condições que não são tão tradicionalmente associados a tratamentos com a diamba, mas estão sendo atualmente sendo feitos com sucesso. Uma dessas condições é a Doença de Parkinson.

Abundância de tratamentos com cannabis

Um estudo de 2022 da realizado por uma parceria entre a Universidade do Colorado e da Fundação Michael J. Fox descobriu que mais de 70% dos pacientes de Parkinson dos Estados Unidos usam cannabis para fins médicos. Tamanha abrangência evidencia que os médicos conseguem empiricamente observar resultados no ganho da qualidade de vida dos seus pacientes, mesmo com tão poucos artigos científicos analisando o assunto mais a fundo.

No caso do Parkinson, a uso de cannabis pode ser benéfico devido à forma como os canabinóides interagem com o sistema endocanabinóide no cérebro, que regula os níveis de dopamina. Apesar da falta de evidências clínicas e diretrizes, os pacientes relatam melhorias leves na dor, no sono, na ansiedade e na agitação, com alguns até reduzindo o uso de medicamentos prescritos. No entanto, o estudo também descobriu que doses mais elevadas de THC ou CBD eram mais eficazes, mas poderiam potencialmente piorar os sintomas pré-existentes relacionados com a doença de Parkinson.

O que é o Parkinson e como ela afeta as pessoas?

De acordo com a Parkinson Foundation, a doença de Parkinson é causada pela morte de neurônios produtores de dopamina nos gânglios da base do cérebro. A dopamina é um neurotransmissor que ajuda a regular o movimento. Quando os níveis estão baixos, os pacientes apresentam tremores, rigidez e problemas de equilíbrio característicos da doença de Parkinson. Atualmente, não há cura para a doença e o controle dos sintomas geralmente requer terapia de reposição de dopamina.

A cannabis pode ser benéfica para os pacientes de Parkinson devido à forma como os canabinóides (como o THC e o CBD) interagem com o sistema endocanabinóide no cérebro – que é em grande parte responsável pela regulação dos níveis de dopamina.

Um estudo de 2019 (clique aqui para vê-lo, em inglês) discute a compreensão atual de como os canabinóides podem interagir com o sistema endocanabinóide para proporcionar alívio aos sintomas de Parkinson:

“A presença significativa de receptores canabinóides nos gânglios da base do cérebro é a razão por trás da importância da cannabis ou dos canabinóides como possível farmacoterapia para o tratamento da doença de Parkinson e distúrbios do movimento discinético.”

Mas embora haja uma abundância de pesquisas que indicam uma possível ligação entre o alívio dos sintomas motores de Parkinson e a cannabis, faltam provas clínicas suficientes que indiquem como a cannabis deve ser usada para tratar os sintomas.

Sem diretrizes firmes a seguir, os médicos e os seus pacientes seguem obrigados a recorrer à tentativa e erro quando se trata de encontrar o melhor regime de cannabis.

Popularidade entre pacientes de Parkinson

Tanto os pacientes como os profissionais de saúde estão mais interessados ​​do que nunca em explorar os benefícios da cannabis. Entre 2003 e 2014, o consumo de cannabis aumentou dez vezes apenas nos adultos mais velhos. Até recentemente, não estava claro como as pessoas usavam cannabis para tratar a doença de Parkinson, no entanto, graças a este estudo publicado em janeiro de 2022, há uma nova visão.

Durante seis meses em 2020, pesquisadores da Universidade do Colorado realizaram uma pesquisa na plataforma online da Fundação Michael J. Fox. A pesquisa coletou informações de quase 1.900 pessoas com doença de Parkinson e descobriu que mais de 70% dos respondentes usam cannabis para fins medicinais, sendo a frequência de dosagem mais comum uma vez ao dia.

Houve também uma divisão quase uniforme entre os utilizadores de cannabis que consumiram produtos de cannabis sendo o canabinóide primário o THC (26% dos respondentes) e os utilizadores que preferiram o CBD como canabinóide primário (30%).

Nítida melhoria dos sintomas

Existem evidências substanciais de que a cannabis é um potente analgésico e pode reduzir a sensação de ansiedade. Isto soa verdadeiro para os pacientes de Parkinson, com mais de metade dos entrevistados da pesquisa notando melhorias leves na dor, sono, ansiedade e agitação.

No que diz respeito à dosagem de cannabis, as pessoas que tomaram mais de 50 mg de THC tiveram as melhorias mais significativas na constirpação e na diarreia em comparação com aquelas que tomaram menos de 50 mg de THC. Da mesma forma, as pessoas que tomaram mais de 200 mg de CBD tiveram as maiores melhorias na cognição, equilíbrio, prisão de ventre e discinesia (movimentos musculares involuntários) do que aquelas que tomaram menos de 200 mg de CBD.

Embora doses mais elevadas de THC ou CBD tenham sido mais eficazes, a pesquisa não encontrou uma proporção perfeita de CBD para THC. Aqueles que tomaram principalmente THC apresentaram maior melhora nos tremores, ansiedade e depressão do que aqueles que tomaram principalmente CBD ou uma mistura igual de CBD e THC.

Mas, o estudo também afirma:

“O grupo com uso de maior quantidade de THC teve maior probabilidade de relatar melhora ou piora dos sintomas pré-existentes relacionados à doença de Parkinson com cannabis.”

Apesar de efeitos adversos terem sido relatados por 10% das pessoas, menos de 1% teve que parar de usar cannabis por causa deles. Isto indica que a maioria dos efeitos colaterais negativos foram leves.

Além disso, o estudo descobriu que a cannabis funcionou bem o suficiente para reduzir a necessidade de medicamentos prescritos por algumas pessoas:

“Os entrevistados relataram diminuir o uso de medicamentos prescritos com o uso de cannabis para dor (26,8%), ansiedade (18,6%), sono (16,9%), parkinsonismo (13,9%) e depressão (11,9%).”

No entanto, as pessoas que tomaram THC com ou sem CBD tiveram maior probabilidade de relatar uma redução nos medicamentos prescritos do que aquelas que tomaram apenas CBD. Isto sugere que o THC pode ser o canabinóide mais crucial para o alívio dos sintomas em pacientes com Parkinson.

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