Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) é, hoje, uma das comorbidades que mais leva os pacientes a procurar tratamentos com cannabis. Essa é uma condição com sérias consequências para o paciente e muito frequentemente está associada, também, a depressão.
Um grupo de pesquisadores britânicos decidiu avaliar a prevalência de depressão entre indivíduos que procuram medicamentos derivados de cannabis para tratar o TEPT e examinar se a eficácia desses medicamentos varia de acordo com o estado de depressão.
A pesquisa analisou dados de 238 pessoas com TEPT que buscaram tratamentos com cannabis. Da amostra geral, 116 pessoas tinham dados de acompanhamento após 3 meses. Os pesquisadores coletaram relatos dos sintomas dos pacientes no início do tratamento e também ao final da fase de coleta do estudo. A presença de depressão comórbida no início do tratamento foi avaliada por meio do Questionário de Saúde do Paciente de nove itens (PHQ-9). Dados adicionais incluíram características sociodemográficas e qualidade de vida autorreferida.
O estudo mostrou que o tratamento dos pacientes resultou em reduções substanciais na gravidade dos sintomas de TEPT, tendo gerado resultados ainda melhores para o subgrupo de pacientes que tinham depressão comórbida associada.
“A sintomatologia do TEPT reduziu substancialmente 3 meses após o início do tratamento, com uma interação significativa indicando maior melhora naqueles com depressão do que naqueles sem”, escreveram os autores, em um artigo na BJPsych Open.
Na comparação da análise dos dados com a literatura, os pesquisadores concluíram que os medicamentos canábicos não apenas ajudam pacientes de TEPT depois dos três meses de tratamento, mas também provocam uma melhora geral no bem-estar de pacientes com comorbidades psiquiátricas (incluindo TEPT) ou dor crônica por até 12 meses.
