Amaconha é uma planta que contém compostos chamados canabinoides. A “mágica” da nossa interação com eles acontece porque temos algo nos nossos corpos chamado Sistema Endocanabinoide, que é uma série de receptores que se ligam a esses compostos e geram os mais diversos efeitos. Tais receptores estão espalhados por todo o nosso corpo, o que permite que administremos a maconha de diversas formas diferentes gerando efeitos potencialmente diferentes a depender da forma de uso.
Hoje, queremos falar um pouco sobre as formas mais comuns de uso da maconha. Mas antes, é importante entender porque isso faz diferença.
Porque a forma de administração faz diferença?
Se pensarmos em remédios alopáticos, os comuns de farmácia, podemos perceber que há diversos tipos de administração. Desde pílulas e xaropes que você ingere, passando por itens de absorção sublingual, até spray nasal e substâncias intra-venosas. Isso acontece porque cada tipo de administração pode gerar efeitos maiores ou menores a depender do objetivo do medicamento e da forma de uso. Com a maconha não é diferente. E isso não vale apenas para uso medicinal, vale também para uso recreativo.
Os maconheiros mais experientes vão saber que o efeito gerado ao comer um brownie de maconha é completamente diferente do efeito de fumar um baseado. Os pacientes que fazem uso de maconha medicinal já há algum tempo também vão saber que administrar um óleo sublingual gera efeitos bem diferentes de vaporizar uma erva ou consumir um gummy.
Isso tudo é muito importante porque cada corpo é um corpo, e uma pessoa que não se deu bem com uma forma de administração pode se dar muito bem com outra forma. Por exemplo, um paciente que está tratando uma condição de saúde com remédios de maconha que não obteve bons resultados com um óleo sublingual pode ter resultados muito bons comendo um gummy ou vaporizando uma flor. E vice-versa.
Vamos, então, falar um pouco mais sobre cada um dos tipos?
Uso inalado
Essa é a forma mais comum de uso da maconha em todo o mundo e envolve de alguma forma respirar os canabinoides da planta. Alguns dos melhores exemplos são quando uma pessoa fuma um baseado ou quando um paciente medicinal vaporiza uma erva com algum dispositivo de vaporização.
Seja qual for a forma de uso inalado, o que acontece é que os canabinoides vão para o pulmão, que os absorve rapidamente e os joga direto na corrente sanguínea. A principal característica aqui é que os efeitos aparecem rapidamente, coisa de 10 a 20 minutos depois da inalação. A segunda principal característica é que os efeitos duram menos que a maioria das outras formas de uso, coisa de uma hora e meia a três horas de efeito. Essas duas características tornam o uso inalado uma excelente forma de administrar medicamentos para crises que precisam ser contidas rapidamente.
Uso ingerido
Aqui o objetivo é ingerir alguma coisa que contenha os canabinoides, levando-os para o sistema digestivo. O órgão responsável por metabolizar os canabinoides e disponibilizá-los na corrente sanguínea é o fígado. Como esse órgão metaboliza muitas coisas que você ingere, incluindo outros medicamentos, é importante ter acompanhamento médico para ver o estado do seu fígado se você tem hábito de consumir comestíveis. Da mesma forma, se você tem um problema no fígado, seu médico precisa colocar o risco de sobrecarregá-lo ao indicar o uso de gummies canábicos para você.
Aqui, como a nossa digestão é um processo mais lento que a respiração, temos que a principal característica desse método é uma demora bem maior para percebermos os efeitos, coisa de uma hora e meia a três horas para começar. Se a ingestão ocorrer com o estômago vazio, pode ser que demore menos, coisa de uma hora.
Além de demorar para começarmos a sentir os efeitos, outra característica aqui é o fato do efeito durar bem mais para passar depois que inicia. Estamos falando aqui de três a seis horas de efeito a depender de diversos fatores como quantidade, ingestão ou não de outros alimentos, tolerância, etc.
Quando falamos de medicamentos de maconha, os comestíveis são usados quando é necessário prover um efeito mais duradouro no paciente e não há a necessidade do efeito “imediato” (como acontece quando há uma crise).
Uso sublingual
O uso sublingual é meio-termo entre o inalado e ingerido. O objetivo aqui colocar o medicamento em contato com a mucosa bucal, especialmente a sublingual, que ficará responsável por absorver os canabinoides e disponibilizá-los na corrente sanguínea.
O tempo que geralmente demora para começar a sentir os efeitos é de 30 a 60 minutos, com duração de duas a seis horas a depender de diversos fatores.
Esse método é muito utilizado no meio medicinal.
Uso tópico
Outro uso que tem se popularizado no meio medicinal é o uso tópico de pomadas ou óleos. Isso significa aplicar algum medicamento diretamente na pele, em cima do local que precisa de tratamento. É muito usado para tratamento de dores e inflamações locais. Pacientes que tratam psoríase, por exemplo, tem obtido resultados significativos com a utilização de pomadas nos locais afetados, melhorando substancialmente a sua qualidade de vida.
Outros tipos de administração
Quanto mais se estuda sobre a maconha, mais se aplica séculos de conhecimento científico na criação de medicamentos de cannabis. Veja abaixo alguns outros muito interessantes que podemos citar.
Ex: cápsulas de uso íntimo para mulheres, supositório
Uso íntimo – Gel e óleos
Tal como a mucosa bucal, a mucosa das nossas partes íntimas também é excelente para absorver canabinoides. Isso gera todo tipo de efeito possível, desde a intensificação do fluxo de sangue nas nossas partes íntimas (o que intensifica o prazer sexual tanto em homens quanto mulheres) até a diminuição de dores de cólica nas mulheres.
Uso íntimo – Supositórios
Supositórios com canabinoides podem ser usados das mais variadas formas. Uma muito comum é a inserção do supositório nas partes íntimas (vagina, reto) para tratar diversas condições tal como: diminuição de tensão e desconforto nas partes; doença de Crohn; endometriose; vaginismo; disfunções pélvicas; entre outros.
Já deu para o mundo perceber que as possibilidades são enormes. Novos estudos são feitos a cada dia trazendo novidades para uso medicinal e para uso recreativo da maconha, melhorando nossa vida de uma forma ou de outra.
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