Um novo estudo revisado por pares mostrou que a atuação conjunta do CBD e do THC em quadros convulsivos geram resultados melhores do que quando administrados administrados separadamente. O estudo foi conduzido pela Universidade de Toronto e pela Universidade Health Network, também em Toronto, e foi publicado no jornal Cells.
“Os canabinoides demonstraram potencial no tratamento da epilepsia resistente a medicamentos; no entanto, não temos conhecimento prévio sobre quais canabinoides utilizar, dosagem e seus alvos farmacológicos”, afirma o resumo do estudo. “Este estudo investigou (i) o efeito anticonvulsivante do Canabidiol (CBD) sozinho e (ii) em combinação com Delta-9 Tetrahidrocanabinol (Δ9-THC), bem como (iii) o papel do receptor de serotonina (5-HT)1A em O mecanismo de ação do CBD.”
Os pesquisadores descobriram que uma quantidade ≥30 µM de CBD por si só exerceu efeitos anticonvulsivantes significativos, enquanto 10 µM de CBD não. No entanto, 10 µM de CBD combinado com Δ9-THC em dose baixa (proporção de 20:3) apresentaram efeitos anticonvulsivantes significativamente maiores do que qualquer fitocanabinoide sozinho.
Este estudo mostra que o CBD, especialmente em doses mais elevadas, apresenta efeitos anticonvulsivantes em fatias neocorticais do cérebro de camundongos após a indução de convulsões. Os efeitos anticonvulsivantes de doses mais baixas de CBD podem ser potencializados com a adição de Δ9-THC em dose baixa, sugerindo que a combinação desses fitocanabinoides, especificamente em uma proporção de 20:3 CBD: Δ9-THC, pode ter efeitos anticonvulsivantes maiores do que qualquer um fitocanabinoide sozinho.
Em conclusão, estes resultados ajudam a resolver a barreira da resistência aos medicamentos, ao mesmo tempo que fornecem informações sobre o mecanismo de ação do CBD, estabelecendo as bases para mais testes de canabinoides como anticonvulsivantes.
